Em parceria com o projeto de extensão da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Apae Serra Talhada realiza terapias assistidas por robô. O objetivo é treinar as seis expressões faciais universais em indivíduos que têm dificuldade em expressar e reconhecer tais emoções, uma condição conhecida como Alexytemia, a qual atinge cerca de 10% da população em geral e 50% da população com transtorno do espectro do autismo (TEA). Resultados apresentaram melhorias na capacidade de representar várias das expressões emocionais na maior parte dos participantes.
O projeto teve início em 2018 e conta com a participação de docentes e discentes do curso de Bacharelado em Sistema de Informação da Unidade Acadêmica de Serra Talhada da UFRPE (UAST-UFRPE), de um pesquisador da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, e de equipe multidisciplinar da Apae, composta por fonoaudióloga, psicóloga e terapeuta ocupacional.
O TEABot, nome dado ao robô, foi desenvolvido em três versões, todas com aparência de um carro de brinquedo, equipado com recursos de som, tela de cristal líquido sensível ao toque para exibição de conteúdos visuais, uma câmera para capturar imagens e uma inteligência artificial capaz de reconhecer automática a expressão facial realizada pelo indivíduo durante o treinamento.
Essa área de pesquisa é conhecida, na literatura, como Robótica Socialmente Assitiva e tem sido utilizada com sucesso, uma vez que os robôs, quando comparados aos humanos, são mais previsíveis, mais sistematizados, menos complexos e menos angustiantes, principalmente para as crianças com TEA.
O TEABot foi avaliado pelos desenvolvedores do projeto, inicialmente, com 10 jovens e crianças com TEA, com objetivo de validar o seu design e o desempenho do algoritmo de reconhecimento de expressão facial, em 5 sessões individuais com duração média de 30 minutos.
Posteriormente, o robô foi introduzido nas terapias da equipe multidisciplinar da Apae, tendo sido realizadas mais de 14 sessões individuais, com duração média de 30 minutos, em 9 crianças atendidas pela Associação, resultando em mais de 60 horas de terapias assistidas por robô.